segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Não sou supersticioso

Tudo quase perfeito na manhã de domingo - 27/11/2011. Mar liso, vento forte e um sol maravilhoso. Tudo perfeito para inauguração da vela que não fala português e para testar os lemes regulados pelo "Brodi Roni". Apenas a ausência dos amigos Mano e Bola deixava no ar a sensação do “quase perfeito”.

Eu e o meu parceiro e sócio André iniciamos a montagem do barco, inserindo no novo contexto uma vela importada. Como diz a galera " Uma vela Zera... di fuder..." A tal montagem consumiu muito tempo dos intrépidos velejadores e com isso perdemos a largada da regata. Vale ressaltar que a maré estava baixa, muiiiiiito baixa e quem conhece a Marina Salvador sabe bem o que estou falando. O problema é na hora de descer a rampa e adentrar no mar hostil das águas de Lobato. Driblamos os obstáculos e, em poucos minutos, estávamos eu e meu amigo André com um sorriso estampado no rosto, tipo menino com um novo brinquedo. O HC16 (Luluka) voava baixo, cortando as águas da Península Itapagipana. Após alguns minutos de velejada, notamos que o leme de barla insistia em levantar. Acho que o HC estava dizendo que com o leme levantado o barco desenvolve mais. Pense no barco inteligente!!!!! Será que o Luluka é parente do personagem de Walt Disney o Herbie (do filme Se meu fusca falasse)? Será? Fato é que velejamos até Inema com o leme suspenso e o barco voando baixo.

Chegamos em Inema em “alto estilo”, igual a como a maioria das mulheres gostam de chegar nas festas quando todos os convidados já chegaram e elas querem chamar atenção para seu vestido novo. Não foi diferente. Assim que encalhamos o HC com sua roupa nova, fomos cercados por vários catistas e curiosos nos bombardeando de perguntas e elogios a respeito da nossa vela 100% patriota.

Após atender aos amigos e curiosos, fui com meu amigo André sondar aquele paraíso reservado a poucos mortais (militares) onde nós, pobres civis, só podemos usufruir de tamanha beleza de "caju em caju". Lugar paradisíaco. Não é à toa que os ex-presidentes Fernando Henrique e Lula sempre aportavam por aqui. Após alguns minutos fomos pegos de surpresa pelo amigo Osso que deu a triste noticia que dos 6 HCs 16 que estavam na praia na mesma posição, escoltas soltas e perfilados a linha de vento apenas o nosso havia capotado no seco. Como disse a vocês no início deste relato "Não sou supersticioso". Será? Daí em diante uma série de fatos começaram deslizar a montanha abaixo:

Meu parceiro recebeu a notícia que o filho havia sido assaltado e a família precisava do seu apoio. André teve que voltar por terra. Fiquei sem "proa nem beira". Mais tarde André me informou que estava tudo bem. Ficou apenas o susto por mais um ato marginal e a péssima sensação de impotência diante do descaso dos governantes no quesito segurança pública.

- Voltei sozinho, com ventão e mar liso. Perfeito se não fosse aquele leme que insistia em levantar, logo agora que ele era fundamental. Afinal de contas ele era o todo poderoso leme de sota. Pior, o danado só deixou pra levantar quando eu já estava posicionado no trapézio e voando baixo. Tudo bem. Parei para amarrar o leme e logo a demonstração de solidariedade chegou a vela e a motor: Careca e Mancha no 2 nós, Ossinho no Nega Boa, Roninho no Tuareg e de quebra o velho Bira de Lancha. Amarrei o leme e botei o barco para voar, (mais ou menos). O tal leme agora insistia em arribar o Luluka. Pense no barco arribando no ventão!!!! Com muito cuidado para não capotar cheguei na entrada da Ribeira...

- Sentado na barra lateral e já mais tranqüilo, afinal já estava chegando em casa e o vento havia dado uma trégua. Perdidos nos meus pensamentos analisando todos os percalços do dia que me levava a entender que teria sido uma série de coincidências. Nada mais que isso. Afinal de contas, eu não sou supersticioso (reito ninhum). Quando fui surpreendido por uma rajada violenta e sem aviso prévio, levando a vela a banhar-se nas águas da ribeira. Pois é, mais uma vez a vela estava em uma posição para qual ela não foi projetada. Quando pensei em liberar o cabo de desvire e soltar a escolta o 2 nós passou voando e largou Beto Mancha no mar pronto para me ajudar a desvirar o HC. A ação do Cap. Careca me fez lembrar os aviões bombardeiros que davam rasantes e lançavam as bombas nos inimigos... Neste caso era a Cruz Vermelha que mandava salvamento. Já estava posicionado com o cabo de desvire pronto para o procedimento de desvire quando fui surpreendido por Beto que de dentro d’água pulou como um Boto Cor de rosa e agarrou no meu trapézio. Com aquele peso dependurado em mim nunca rezei tanto para desvirar um barco. Valeu Beto! Valeu Cap. Careca!

Depois de tantas, conseguimos chegar na marina e dar por encerrada a solenidade de inauguração da vela.

Pesquisando na Internet encontrei uma loja em Cachoeira (terra do candomblé) um terreiro especializado em equipamentos para inauguração de vela nova. Já encomendei o meu equipamento. Comprei por comprar, afinal de contas não sou supersticioso de "reito ninhum".

5 comentários:

Tammy Pessoa Vidal disse...

Muito bom! estou rindo muito aqui dos seus relatos e do seu kit para testar vela nova! rsrsrsrs
Bjão

Anônimo disse...

Amigo Anselmo, Não queria contar mas minutos antes do seu barco vira, Afonsinho, passou perto e falou (EU QUERIA TER UMA VELA IGUAL A ESTA), RESUMO EU VI, FOI CASO DE OLHO GORDO.
KKKKKK
CUIDADO COM O OLHO DE AFONSINHO.

abs

Renê Cesar

Claudio disse...

Anselmo/André, parabéns pela vela nova. O barco ficou uma belezura!!!

Rei, me pipoquei de rir com esta estória... kkk "aviões bombardeiros" kkk
Vela nova é que nem cavalo selvagem, se vacilar é queda certa!!!

abs,
Cláudio

Anônimo disse...

NOSSA, NOSSA, ASSIM VC VAI TERMINAR MANTANDO A GALERA ANSELMO. QUE VELA LINDA É ESSA. PARABÉNS. MELHOR AINDA É SABER QUE O GRUPO CONTINUA EM EVIDÊNCIA.

BONS VENTOS, AIR

LIu disse...

Sel,gostei do seu "kit"....mas não se preocupe, foi apenas um teste, sua vela é show!! Eu quero dar uma voltinha nesse HC!!!Bjs